sábado, 2 de julho de 2011

A Nós A Liberdade (A Nous la Liberté)

Título Original: A Nous la Liberté
Título no Brasil: A Nós A Liberdade
Diretor: René Clair
Origem: França
Ano: 1931
Duração: 104min.
Categoria: Comédia






Um rico industrial é chantageado por causa do seu passado, recebendo então a ajuda de um antigo companheiro de prisão. Encantadora comédia satírica em estilo opereta, dirigido e escrito por René Clair, um dos mais admirados cineastas franceses de todos os tempos, o primeiro a ser eleito para a Academia Francesa. "A Nós a Liberdade" influenciou decisivamente Charles Chaplin ao fazer Tempos Modernos, tornando-se também uma poderosa denúncia à sociedade moderna mecanizada.

Filme clássico de René Clair, que expressa uma critica aguda à vida burguesa, baseada no trabalho estranhado e na negação do ócio. O filme trata também do significado do progresso técnico e da ideologia do amor romântico, uma das ideologias da modernidade do capital. Em A Nous la Liberte, Émile e Louis são vagabundos, que cultivam valores pré-modernos, da liberdade e do companheirismo. Clair expõe a lógica da sociedade do trabalho estranhado, suas impostações factuais, que alienam os homens do verdadeiro sentido da vida.

Em A Nous la Liberte, a linha de montagem está no presídio e na fábrica, consumindo tempo de vida de homens e mulheres. Na verdade, é contra a expansividade do capital e da ideologia do trabalho estranhado que René Clair se manifesta em A Nous la Liberte. Em 1931, imerso na depressão capitalista, a critica do salariato e do estilo de vida burguês assume, com Clair, no cinema, seu ápice. É importante destacar que, na mesma época, o alemão Ernst Jaeger escrevia O Trabalhador, uma ode ao trabalho, base da civilização do capital.

É interessante que Émile e Louis não apenas proclamam o velho ócio, das sociedades pré-industriais, imersas no ritmo da natureza, mas as possibilidades do novo ócio, baseado nos avanços das máquinas, que poderiam colocar, pelo menos, a possibilidade de liberação dos homens do trabalho estranhado (o que exigiria a abolição do capital como propriedade privada e divisão hierárquica do trabalho). Clair é visionário ao vincular a ideologia do amor romântico, escape furtivo à banalidade do cotidiano capitalista, com a indústria fonográfica, ou seja, um tipo de indústria cultural, a fábrica dos sonhos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário